Mulheres programadoras que você precisa conhecer

Mulheres programadoras que você precisa conhecer

por | 8 mar, 2023 | Tecnologia | 0 Comentários

O primeiro programador da história era, na verdade, uma programadora. Ada Lovelace, uma matemática genial dos tempos vitorianos. Você sabia? E você sabe por que o Dia Internacional da Mulher é comemorado dia 8 de março? Não?! Então, para já entramos no clima do mês das mulheres, não tire os olhos deste post, pois, além da história por trás da data, falaremos mais sobre a Ada e citaremos algumas das muitas mulheres programadoras que merecem toda a nossa admiração.

 

Por que o Dia das Mulheres é comemorado em 8 de março?

 

Muitas pessoas acham que dia 8 de março é apenas mais uma data meramente comemorativa, na qual devem distribuir bombons, rosas e “parabéns”. Mas se trata de um dia bem importante, uma oportunidade para a conscientização, antes de qualquer coisa. Muita gente acredita que a data só existe devido ao incêndio que ocorreu numa fábrica de Nova Iorque em 25 de março de 1911, no qual mais de 100 trabalhadoras perderam a vida. É claro que a tragédia foi um gatilho importante à luta feminina por direitos iguais. Não há dúvida. Mas foi apenas um dos episódios dentro de uma grande jornada de batalhas que teve início no fim do século XIX. Tudo começou lá atrás, há bem mais de 100 anos, com mulheres reivindicando melhores condições de trabalho, já que, além de salários irrisórios, tinham de cumprir jornadas de 15 horas. Um verdadeiro absurdo! Então, em 1908, cerca de 1500 mulheres norte-americanas se juntaram para brigar por igualdade política e econômica nos EUA. Movimento que deu origem à ideia de existir uma data dedicada à luta feminina. Ideia que, no ano seguinte, em 28 de fevereiro, foi oficializada como Dia Nacional da Mulher pelo Partido Socialista dos EUA. Aí, em 1910, deram sinal verde para a criação de uma data anual voltada à celebração dos direitos femininos. Coisa que rolou na 2º Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, na Dinamarca. E não parou por aí: no dia 8 de março de 1917, em meio à Primeira Guerra Mundial, cerca de 90.000 operárias se juntaram para protestar contra o Czar Nicolau II, da Rússia. Movimento que ficou conhecido como “Protesto Pão e Paz”, criado para a reivindicação de melhores condições trabalhistas, contra a fome também, entre outras coisas. E só depois de alguns anos, em 1921, que a data (8 de março) do “Protesto Pão e Paz” foi oficialmente escolhida como o Dia Internacional das Mulheres. Segundo alguns historiadores, há outras versões plausíveis para a escolha do dia. Contudo, o mais importante aqui é entendermos que se trata, antes de tudo, de um momento para lembrarmos e homenagearmos as tantas mulheres que fizeram parte dessa batalha. As que já lutaram e, claro, as que seguem na luta por reconhecimento e igualdade nas mais diversas áreas da sociedade. Inclusive, claro, na tecnologia. Como as mulheres programadoras que citaremos a seguir.

 

 

ada lovelace

Ada Lovelace

É impossível não começar por ela quando o assunto é mulheres na programação. Afinal, ela foi a primeira pessoa do mundo a escrever um código! Ela nasceu na Inglaterra, em 1815. Filha de uma matemática incrível e de um conhecido poeta (Lord Byron) que a abandonou ao saber que se tratava de uma menina. Então, para a sorte da humanidade, a menina foi educada nas ciências exatas, e, tempos depois, acabou conhecendo e trabalhando com o Charles Baggage, hoje conhecido como “o pai do computador” por ter inventado a Máquina Analítica. Foi aí que ela, após compreender a capacidade das máquinas para processar infos através de sequências de números, escreveu o primeiro algoritmo. Numa época, vale lembrar, que as mulheres não tinham nem os direitos básicos, muito antes de o Dia das Mulheres ser oficializado. Na qual não era incomum que Ada tivesse seu trabalho colocado em xeque por outros estudiosos, que consideravam, abertamente, a capacidade intelectual das mulheres inferior. E sabe o mais triste? Ada não viu seu trabalho sendo reconhecido, pois isso só aconteceu quase cem anos depois de sua morte. Ela foi tão importante que hoje, além de uma data em homenagem a ela —12 de outubro, Dia de Ada Lovelace —, existe a linguagem de programação Ada. Não podíamos ter começado nossa seleção melhor!

 

 

Kathleen Both

Ela nasceu em 1922, poucos anos depois do término da Primeira Guerra, e veio para revolucionar o mundo da programação. Criou a primeira linguagem Assembly do mundo. Vai brincando! E não parou por aí: ela também foi responsável pelo projeto do montador e autocode do 1º sistema de computador do BirkBeck College, da University of London. Está bom pra você? Pois saiba que, num livro que ela lançou com um marido em 1953, além de falar sobre um projeto de computador e de técnicas possíveis para programá-lo, também houve menção à IA (tecnologia que abre nossa lista de tendência para 2023) como uma possibilidade de uso futuro às máquinas de computação. Em 1953! Vamos passar à próxima programadora? Não antes de dizer que a Kathleen, junto com o marido, criou 3 computadores (SEC, APE (X) C e ARC). Ele construía e ela os programava. Braba é pouco pra ela, fala aí!

 

 

Grace Hopper

Você já ouviu falar da linguagem COBOL, certo? Pois saiba que ela foi criada por Grace, em 1959. É uma linguagem de programação que cultiva certa semelhança com o inglês e segue sendo usado nos dias de hoje. Anos depois de tê-la criado, em alguns eventos dos quais participou, chegou até a ganhar o apelido carinhoso de “vovô COBOL”. Além disso, ela também chegou a ser almirante da marinha norte-americana. E concebeu o primeiro compilador capaz de converter termos em inglês em códigos de máquina compreendidos por computadores. Invenção que, na época, não teve boa aceitação, mas que, certamente, foi um importante degrau para que ela chegasse à linguagem pela qual foi imortalizada.

 

 

Joan Clarke

Há até quem afirme que a Segunda Guerra Mundial durou anos a menos devido à participação de Joan. E faz todo o sentido. O bastante para colocá-la no Hall da Fama das programadoras, não acha? Além de amiga de Alan Turing, um dos maiores gênios da computação que passaram pelo nosso planeta, ela era integrante da equipe dele, num departamento britânico que tinha a missão de quebrar códigos de guerra inimigos. Joan fez parte da equipe que criou alguns dos computadores pioneiros da história, máquinas que tinham o objetivo de desvendar mensagens criptografadas pelos alemães. Em 1947, ganhou várias honrarias do governo britânico, mas, a meu ver, merecia mesmo o posto de 007. Brabíssima ao quadrado! Figura que mudou os rumos da história humana. Tanto quanto a nossa próxima programadora…

 

 

Margaret Hamilton

Se você é desta galáxia, certamente já ouviu falar da Missão Apollo 11, certo? O que talvez não saiba é: Margaret foi diretora de engenharia de software do projeto que criou o code do Apollo Guide Computer, que guiou o voo da missão e tornou possível que o homem pisasse na lua. Tudo foi feito no MIT Instrumentation Laboratory, do zero, resultando no primeiro código da história para computador portátil. Imagina a responsa da moça, tendo que lidar com vidas humanas num ambiente tão desconhecido quanto o espaço… Mas ela foi bem-sucedida. Não só na missão. Tanto que ganhou a mais alta honraria civil americana, a Medalha Presidencial da Liberdade. Sem contar que ela publicou mais de 130 papers e teve inestimável importância no segmento da engenharia de software — termo que foi cunhado por ela, aliás. Lenda.

 

Mulheres programadoras: e vem mais inspiração por aí… 

Se curtiu este artigo e se sentiu inspirada, saiba que semana que vem tem mais uma lista recheada de mulheres incríveis. Que tal?  E, para você que está em busca de um emprego na área, não deixe de dar uma olhada nas vagas do nosso site. Ainda há uma disparidade muito grande no segmento, nós sabemos disso, e esperamos contribuir para que haja uma equalização num futuro bem próximo. Para que mais mulheres conquistem espaço delas na tecnologia, assim como em todas as outras áreas! 

 

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Escrito por: Ricardo Coiro

Depois de anos como diretor de mídia, auxiliando clientes a aparecerem nos melhores canais de comunicação, resolvi me dedicar integralmente à produção de conteúdo, às palavras pelas quais sou apaixonado desde meu primeiro caderninho.

Escrito por: Ricardo Coiro

Depois de anos como diretor de mídia, auxiliando clientes a aparecerem nos melhores canais de comunicação, resolvi me dedicar integralmente à produção de conteúdo, às palavras pelas quais sou apaixonado desde meu primeiro caderninho.

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