Guia para se preparar ao primeiro emprego em TI

por | 6 jan, 2023 | Carreira, Dicas

Um perfil no LinkedIn bem-feito pode aumentar muito as suas chances em um processo seletivo. Um bom portfólio e CV também farão toda a diferença. Você já deve saber disso, não é mesmo? O que você talvez não saiba é como fazer, por onde começar… Então, para facilitar a sua vida, neste guia colocamos tudo que precisa para se preparar ao primeiro emprego, inclusive à entrevista — sim, ela vai chegar! E você precisar saber como se portar, quais as perguntas mais comuns, o que não deve fazer… Certo? Está tudo aqui!

 

Vagas para profissionais de TI não faltam!

 

Se você chegou até aqui, já com alguma bagagem em tecnologia e em busca de maneiras para ganhar a atenção dos recrutadores e conquistar o primeiro emprego em TI, saiba que está no caminho certo, que fez uma ótima escolha ao decidir buscar um lugar ao sol numa área extremamente promissora.

A tecnologia não para de crescer, afinal. Tem ganhado até o mainstream e os papos de boteco com temas como IA e Big Data. E as empresas, dos mais diversos segmentos, têm passado por verdadeiras transformações tecnológicas para acompanhá-la.

Além disso, no Brasil, a demanda anual por profissionais de TI fica em torno de 159.000. 3 vezes maior do que o número de profissionais que se formam na área anualmente — 53.000. Sacou?

Por isso, se você já possui algum tipo de formação na área, se já tem skills relevantes e muita vontade de fazer acontecer, já pode dar um sorrisão. Sério. Mesmo que ainda não tenha experiências profissionais.

Porque o número de vagas gerado pela área só tende a crescer. Muito. Para ter uma noção, projeções indicam que, em 2025, deve chegar a 420.000 só no Brasil. Se ligou na oportunidade?

Há mais vagas do que profissionais capacitados. Muito mais. Portanto, se você já é um deles, se já iniciou seu processo sem fim de aprendizado e evolução, saiba que só precisa dar o segundo — e importante — passo: aprender a utilizar as plataformas e meios para aparecer no radar dos recrutadores e convencê-los de que é a pessoa certa.

Primeiro, precisa aparecer. Então, você precisa conquistar. Deve dar todos os argumentos possíveis para olharem nos seus olhos e afirmarem: “Achamos a pessoa ideal para a vaga”.

A começar por um bom perfil de LinkedIn

 

LinkedIn

 

Se está participando de processos seletivos e busca a vaga dos sonhos, se quer construir uma carreira sólida e não apenas viver de jobs aleatórios, você precisa se destacar.

Precisa dar atenção ao seu perfil público, à construção da sua imagem nas redes sociais, principalmente no LinkedIn, a maior rede social profissional do mundo.

Ele já foi visto como um mero currículo virtual, é verdade… Porém, já faz algum tempo que adquiriu um caráter mais amplo por permitir que profissionais e empresas mostrem suas capacitações de maneira mais completa, por meio de artigos, opiniões e compartilhamento de conteúdo, indo bem além dos tópicos básicos de um CV — que também é importante!

Recursos e possibilidades que você, profissional de TI, precisa aprender a explorar para conquistar preciosos minutos da atenção dos recrutadores e contratantes que, neste exato momento, podem estar à procura de alguém com o SEU perfil.

Vale ressaltar, também, que o povo do RH, quando está avaliando um profissional, pode conferir também outras redes sociais dele, como Facebook e Instagram. Ou seja: é importante que haja profissionalismo e ética em todas elas para não queimar as melhores oportunidades.

E não para por aí: além do fator estético, claro, que nunca deixará de ser um ponto relevante na demonstração de quem você é, vale informar tudo de forma completa e clara. Objetiva. E… Falaremos melhor desses pontos mais à frente!

Bora então criar um perfil de LinkedIn realmente competitivo? Se liga nas dicas abaixo!

 

Entre nos detalhes sobre você

 

O segmento de TI é muito extenso e tem uma grande variação de subáreas. Camadas e mais camadas cheias de intersecções e especificidades. E, dentro de cada uma delas, as tecnologias utilizadas também variam muito, criando rotinas de trabalho e possibilidades muito diversas. Desta forma, é importante informar de maneira completa os softwares e tecnologias utilizadas nos seus projetos

Alguns profissionais nomeiam o cargo apenas com back-end, front-end ou full stack, por exemplo. E, apesar de ser o nome correto, eles não especificam qual tecnologia de atuação ou qual tipo de trabalho foi feito, dificultando o entendimento mais profundo dos recrutadores que, além de carecerem de detalhes para a tomada de decisão assertiva, muitas vezes não têm tempo a perder.

 

Mas faça também um resumo efetivo

 

Ainda mais na área de TI, na qual as informações sobre experiências profissionais podem ser um pouco mais complexas, um resumão sobre você também pode ser muito favorável à atratividade do seu perfil. A porta de entrada, a isca para gerar interesse nas suas particularidades descritas como sugerimos no item acima.

Seja no seu currículo ou no LinkedIn, que tem uma área específica para isso, um resumo é como uma introdução ao restante do currículo, uma chance imperdível de fisgar a atenção do recrutador logo nos primeiros segundos.

Além disso, no resumo você também pode falar um pouco sobre as suas intenções no mercado profissional, facilitando a pré-seleção.

 

Especifique seus pontos fortes

 

Se você trabalha em várias frentes, mas é melhor em alguma delas, o que é natural, deixe isso evidente. Não desvalorize seu desempenho nas outras áreas, óbvio, mas destaque sempre a área em que você é melhor.

Não tenha medo de elencar seus pontos fortes, as competências em que é acima da média. Não é prepotência nem falta de modéstia: é a hora de vender seu peixe, seu salmão do Alaska.

Essas informações são relevantes e ajudam o selecionador a entender e traçar o seu perfil. Mais do que isso: ajudam o contratante a enxergar o match entre você e a vaga em aberto.

Seja sincero nas habilidades e demonstre foco no objetivo profissional

 

Há candidatos que, no LinkedIn, aumentam muito as habilidades que têm, criando praticamente uma nova personalidade. Verdadeiros Pinóquios. Prato cheios para a decepção. Afinal, mentira tem perna curta e, cedo ou tarde, acabará descoberta.

Se mentir sobre o que sabe, afirmando que domina coisas que não tem ideia de como fazer, pode até passar pelo filtro inicial do recrutador e conseguir a vaga, embora seja muito improvável devido ás metodologias usadas na avaliação, mas não demorará a ser colocado à prova e… Você sabe… Máscaras cairão!

Por isso, é muito importante conseguir destaque de forma honesta, descrevendo, da maneira mais detalhada e fidedigna possível, suas aptidões e skills. O nível que está em cada uma delas.

Se não tem uma habilidade que considera importante à sua valorização profissional, vá atrás do conhecimento, da prática. Troque uma das horas que passa no celular por estudo. Ponto. Apenas comece, dedique-se. E, daqui a algum tempo, poderá atualizar seu perfil de consciência limpa, certo que dará conta do recado.

Ter objetivos bem definidos — e deixá-los evidentes em seu perfil — também é imprescindível. Para cada oportunidade de trabalho existente, há um perfil profissional com mais fit, mais adequado à vaga, e dar a entender que está aberto o todo tipo de função, que não sabe bem o que quer, pode pegar muito mal.

Estar aberto a tudo, ao contrário do que muitos pensam, não aumenta as possibilidades de conseguir uma vaga. Pelo contrário!

O recrutador busca gente que sabe muito bem o que quer, com foco profissional.

 

Faça conexões verdadeiras no LinkedIn

 

O termo “conexões” aparece no LinkedIn com bastante frequência para se referir à rede de contatos que criamos na plataforma.

No entanto, a recomendação aqui é bem simples e direta: busque apenas conexões realmente capazes de te inspirar, nas quais há possibilidade de troca agregadora.

Qualidade, como quase tudo na vida, importa bem mais do que quantidade.

 

Faça do conteúdo postado o seu reflexo

 

Apesar de o LinkedIn ser voltado para o aspecto profissional, ele ainda é uma rede social, ou seja, permite o compartilhamento de publicações de todos os tipos

Então, em vez de encher seu perfil apenas com propagandas de você, de “eu sou bom nisso” e “maravilhoso naquilo”, aproveite essas publicações para se vender de maneira indireta, mais orgânica, expressando — por meio de conteúdos — pontos sobre sua personalidade e propósito que podem ser muito esclarecedores ao recrutador.

Pois, em muitos casos, além de olhar as skills, o recrutador busca alguém que tem fit com a cultura da empresa. Saca?

Ah, e tome muito cuidado com assuntos polêmicos. Pois assumir certos posicionamentos desnecessários, que nada vão agregar, pode afastar oportunidades.

 

Você não é uma empresa, é um ser humano

 

Mostre suas qualidades e capacitações no LinkedIn e em suas outras redes, mas deixe que as pessoas e empresas vejam que há um ser humano por trás disso tudo. Com gostos pessoais, sonhos, desejos, hobbies etc.

Você não é só o seu trabalho, certo? Mesmo em uma rede profissional.

Tocar um instrumento ou gostar de games, por exemplo, pode ser o link necessário para que o recrutador opte por você em detrimento de outro candidato.

Pode até parecer besteira à primeira lida, coisa de gente que coloca a culpa no alinhamento dos planetas, mas imagine uma empresa que precisa de um app relacionado à corrida de rua. Imaginou? Agora pense que ela está entre dois candidatos com hard e soft skills muito semelhantes, sendo que um deles é maratonista e vive esse lifestyle. Tem dúvida de qual será escolhido?

Por isso, deixe claro o humano que você é além dos códigos cria.

Integre suas redes, crie diálogos válidos e motive as pessoas a conhecerem os diferentes lados da sua personalidade de forma autêntica e justa. Você colherá os resultados, acredite!

 

Atualize seu perfil

 

Por último, mas não menos importante, mantenha sempre seus perfis atualizados com fotos que demonstrem profissionalismo, sem exposição demasiada, e, claro, com informações recentes sobre sua vida profissional.

Pode parecer um ponto óbvio, mas há candidatos que confundem recrutadores com adivinhos, esperando que eles tomem conhecimento de pontos que não estão em lugar algum, nem no LinkedIn nem no CV nem no portfólio.

Então, se fez um curso ou realizou um projeto, não espere nem até amanhã para expor ao mundo. Pode ser que estejam procurando por alguém assim hoje, neste exato momento. Se ligou? Então atualiza lá!

E bora deixar seu perfil atualizado e condizente com todos os pontos deste guia. Fechou? Fará a diferença, pode apostar. Mas, antes, você precisa de um portfólio que vai fazer os olhinhos dos recrutadores brilharem, certo?

 

Portfólio

 

Se você já se inscreveu para vagas na área de tecnologia, é muito provável que já tenha deparado com a palavra portfólio. Com certeza já.

Pois saiba que essa tal coletânea dos principais trabalhos que fez é importantíssima, a melhor forma de comprovar suas skills e capacitações.

Uma coisa é dizer “eu sei”, outra, bem mais efetiva, é mostrar que sabe com a ajuda de projetos realizados. Compreende?

E mesmo que esteja em busca do primeiro emprego na área, que não tenha experiência profissional alguma, você precisa ter um para demonstrar conhecimento das stacks solicitadas.

Nele você pode, por exemplo, colocar os projetos realizados na faculdade e em bootcamps de programação. E pode inserir projetos pessoais também. E antes de achar que estamos falando de um bicho de sete cabeças, lembre-se: dá para começar com algo bem simples e, pouco a pouco, seguir evoluindo. Tipo uma casa, tijolo a tijolo.

Seu portfólio será a comprovação do seu potencial na prática, para não deixar dúvidas que você está à altura da oportunidade. A sua melhor vitrine.

 

Digital ou físico?

 

Para algumas áreas, o portfólio físico ainda pode funcionar. Mas não é o caso da tecnologia!

Hoje quase tudo é online, do pagamento de contas à maior parte dos processos seletivos. Sendo assim, por que não fazer um portfólio digital também?

Fazendo um você facilita muito a vida do recrutador, agiliza o processo e ainda pode atualizar de maneira simples e rápida quando realiza um projeto. De qualquer lugar do mundo com wi-fi.

E uma dica: mesmo quando for a uma entrevista presencial, leve seu portfólio num pen drive ou HD. Assim, mesmo que haja algum problema de conexão na hora, você não perde a oportunidade de mostrar seu trabalho.

 

Tipos de projetos que podem compor um portfólio

 

Estudo

Como o nome já diz, trate-se do portfólio composto por trabalhos realizados na graduação, em cursos livres e bootcamps. Ideal para devs júnior sem experiência de mercado em busca do primeiro emprego.

 

Profissional

Feito de trabalhos reais realizados. Simples assim. Mas com grande peso para não deixar dúvidas de que você não é mais um faixa-branca na programação. Você vai chegar lá!

 

Recriados

Uma ótima forma de demonstrar seu potencial é recriando projetos de sucesso. Você pode, por exemplo, recriar uma rede social dando seu toque pessoal, seu tchan. Ou um aplicativo de delivery, saca? Ou… Você escolhe de acordo com aquilo que é e deseja mostrar. E ganhará muita moral.

 

Pessoais

Projetos pessoais como sites e aplicativos são ótimos para matar dois coelhos numa cajadada só: além de ajudarem o recrutador a entender suas qualidades técnicas, também mostram a sua personalidade, quem você é abaixo da camada profissional.

 

Open-source

Neste caso, você direciona o recrutador para projetos de colaboração do código-fonte que costumam ficar hospedados em plataformas como GitHub, de repositórios. Falaremos mais dela mais para frente, relax.

 

Primeiro passo: escolha uma ferramenta para criar o seu

Antes de qualquer coisa, você precisa conhecer as ferramentas disponíveis e descobrir com qual delas você se dá melhor.

Você precisa colocar a mão na massa, cadastrar-se, fuçar, fazer testes e mais testes. Precisa ter paciência também, pois pode levar algum tenho para pegar a manha.

Abaixo, algumas das ferramentas e plataformas que costumam ser utilizadas por profissionais de tecnologia:

 

GitHub

 

Trate-se de uma plataforma de compartilhamento de código fonte muito popular entre desenvolvedores. Talvez a mais. Na qual você poderá hospedar tanto os projetos do seu curso livre como os desafios técnicos com a sua comunidade.

Tem extrema importância, pois os tech recruiters vivem nela à procura de talentos. Lá eles podem avaliar todas as etapas do seu projeto, a forma como programa e muito mais.

É uma plataforma feita, principalmente, por entusiastas da open source, que permite várias pessoas trabalhando em conjunto num projeto.

E vale dizer que também é um ótimo lugar para fazer networking, já que o GitHub permite interação entre os usuários.

Lá os projetos são organizados em pastas com capacidade para uma grande quantidade de arquivos de diferentes formatos, de html a php, passando por muitos outros.

Existe a versão gratuita e a paga. Contudo, caso você queira manter seus arquivos no modo privado, acessíveis somente por um grupo específico, você precisa utilizar a versão paga.

 

Coodesh

Outra boa opçãO é o Coodesh, plataforma de code assessment que disponibiliza projetos e tech challenges.

Nela, ao se cadastrar, você já completa um scorecard, no qual você faz uma autoavaliação do seu nível de conhecimento nas principais stacks exigidas no segmento que atua.

Em seguida, passa por um teste para a avaliação do seu perfil social e comportamental.

Lá você é convidado para participar de testes técnicos e pode também optar por um fast challenge que, nada mais é, do que uma prova teórica que avalia seus conhecimentos.

Aí, se conseguir acertar 75% ou mais, você pode gerar um link de compartilhamento e colocá-lo em seu LinkedIn.

Outra coisa legal: se você gravar seus desafios técnicos em vídeo, usando a plataforma Loom, você pode subir na Coodesh.

 

CodePen

O lugar ideal para atrair clientes, empregadores ou mesmo parceiros para colaborações.

Assemelha-se ao Github por se tratar de uma comunidade na qual você pode visualizar os códigos escritos por outras pessoas e, também, postar os seus códigos front-end.

Como já deve imaginar, pela semelhança com o Git, o CodePen também é um ótimo lugar para fazer networking e se manter visível a oportunidades.

 

Adobe Portfolio

Se o seu lance é fazer sites, uma opção interessante é o Adobe Portfolio, plataforma na qual você pode subir até 5 deles.

Além, claro, de diversas outras formas de compartilhar seu trabalho e skills.

Além de imagens, a plataforma também permite que compartilhe áudio e vídeo. Vale dar uma olhada.

 

Behance

Se você é mais da área criativa, atuando como designer de UX ou de interfaces, por exemplo, vale dar uma conferida na ferramenta para compartilhar seus portfólios com o mundo.

O site é gratuito e conta com uma grande comunidade na qual, além de encontrar oportunidades para seu perfil, ainda pode fazer conexões de valor, que, em algum momento de sua carreira, agregarão.

É uma ótima opção para desenvolvedores web também. Confira o Behance e se inspire.

 

O que fazer depois de montar seu portfólio?

Antes de passarmos ao próximo capítulo, no qual lhe daremos dicas valiosas para criar um currículo de respeito, sugerimos que divida seu portfólio com outras pessoas da área. Mais experientes, de preferência.

E, por favor, aprenda a receber críticas desde já. Pois, sem elas, você estará condenado à estagnação.

Se você tiver a chance de aprender com o erro dos outros, com os tropeços de quem já está há mais tempo na estrada, não desperdice. Ouça os feedbacks com atenção e use-os como base para seguir lapidando seu portfólio. O mesmo vale para o CV, saca? Mas, falando nele, vamos começar do começo…

 

Currículo

 

Há quem ache que não um CV não é necessário para ingressar na área de TI. Grande engano! Pois, em muitos casos, o currículo ainda é o primeiro ponto de contato entre o responsável pelo recrutamento e o candidato.

Mas não caia na besteira de achar que só precisa abrir um documento e encher — de maneira aleatória, sem qualquer filtro ou cuidado — com cursos, habilidades e experiências.

É claro que esse tipo de conteúdo precisa estar lá. Óbvio! Não estamos falando para trocá-lo por receitas de bolo ou poesias. Nada disso! Mas, para ter um currículo que se destaca, é preciso focar na organização, seleção e hierarquização das informações.

Você precisa capturar a atenção do recrutador nos primeiros segundos, assim que ele bater o olho no documento. Se ele achar confuso ou difícil de compreender qual o seu foco, vai passar ao próximo. O mesmo acontecerá se ele pegar muitos erros de português, falta de unidade estética — divergências de fontes, por exemplo —, informações conflitantes — num lugar você dizer que quer isso, no outro você afirma que busca outra coisa — etc.

 

E o que os recrutadores mais olham no CV?

 

Segundo pesquisas, experiência é o ponto mais levado em consideração pelos recrutadores. Por motivos óbvios.

Mas você tem pouca ou nenhuma experiência, certo? E, mesmo assim, precisa dar o primeiro e importante passo, como todos os outros que começaram.

Então, em vez de mentir e inventar experiências profissionais impossíveis de serem comprovadas, deve focar nas demais informações que os recrutadores buscam quando estão diante de um CV, que são:

formação | cursos complementares
cargo | área pretendida
objetivo profissional
conhecimento em outros idiomas

Além disso, nunca se esqueça de colocar seu e-mail e telefone no CV. Pode parecer óbvio, mas é muito comum que candidatos sejam eliminados pela falta de meios para contatos.

É possível que, um dia, você se torne uma verdadeira referência na área, que chovam convites para palestras suas e tudo mais. Se isso acontecer, vão te achar até numa ilha deserta, mesmo que use disfarces. Mas você está dando seus primeiros passos, lembra? E agora é a hora de facilitar o trabalho do recrutador, de dar opções para entrarem em contato com você. Ah, e se entrarem, responda, OK?

Se recebeu uma ligação, retorne na hora. Se recebeu um e-mail ou mensagem no WhatsApp, a mesma coisa. A cada minuto que espera para responder, sua chance diminui, simples assim.

Esses dados podem estar num cabeçalho, no topo do seu currículo, junto com seu nome completo, idade, cidade em que vive e um link que considera importante, como seu perfil no GitHub, por exemplo.

Dados pessoais como estado civil, número de filhos e CPF não precisam estar no CV.

 

Resumão

Em seguida, para marcar pontos com os recrutadores mais apressados e demonstrar capacidade de concisão, faça um resumo sobre suas intenções, falando do seu objetivo profissional, da área em que deseja atuar.

Lembrando que seus objetivos profissionais precisam estar alinhados com a vaga para a qual está se candidatando, certo?

Se o que deseja não tem nada a ver com a vaga, você tem 2 opções: editar o objetivo ou nem se candidatar à vaga. Recomendamos a segunda, pois, como já dissemos em outros pontos, é preciso ter foco e não abrir mão dele. A menos, claro, que você tenha genuíno interesse em outra área.

E não custa nada reforçar que precisa ser, de fato, um resumo. Beleza? Coisa de, no máximo, 5 linhas. Nada de escrever sua biografia completa a partir da primeira palavra que disse.

 

Experiência profissional

Você não tem nenhuma, certo? Por isso, está seguindo nossa recomendação de focar em outros pontos valiosos sobre você, não é mesmo?

Contudo, e se tirarmos a palavra “profissional” da frente da experiência?

É bem possível que você tenha experiências acadêmicas, como monitorias, estágios, bolsas de iniciação científicas etc. Tem?

Então, use-as neste campo. Não terá o mesmo peso de uma passagem como CEO na Tesla, óbvio, mas fará com que ganhe pontos que podem ser decisivos na sua contratação.

E, quando se tornar um profissional de TI faixa-preta com passagem por diversas empresas, lembre-se de priorizar aquelas que têm mais fit com a vaga para a qual está se candidatando. Mas, neste momento, foque no que precisa fazer para ganhar seu primeiro dan na faixa branca.

 

Formação Acadêmica e cursos

Empresas darão muito valor a esse item. Especialmente agora, quando você ainda não tem muito mais a mostrar.

Do mais antigo ao mais recente, cite a faculdade que cursou, a pós e o MBA que fez, os cursos… Tudo conta.

Comece pelo nome da instituição, depois coloque o nome do curso e, por fim, a data em que realizou.

Ah, se você não tem cursos, faça. Opções é que não faltam atualmente. Muitos online e gratuitos, inclusive.

Descubra quais farão diferença na área em que pretende atuar e invista em você. O retorno, acredite, virá!

E caso você tenha muitos para colocar no CV, escolha apenas aqueles que têm match com a vaga almejada. Deixe o de jardinagem para mencionar apenas em almoços com a sua vó. Ou caso esteja disputando uma vaga para construir um e-commerce para jardineiros e paisagistas.

 

Idiomas

Muitos profissionais investem toda a energia no aprimoramento de linguagens técnicas feitas para programação. Mas negligenciam o desenvolvimento das linguagens principais: português e inglês.

Pois precisarão se comunicar com pessoas, antes mesmo do que com máquinas.

Então, nesse campo do seu CV, é importante que, além do seu idioma nativo, você tenha no mínimo inglês. Porque é o mais universal de todos, idioma necessário, inclusive, caso queira ampliar seu leque de possibilidades e esteja aberto a vagas no exterior.

Muitos conteúdos gratuitos de grande valor estão em inglês. Podcasts também. Por isso, se hoje você não se sente apto a colocá-lo no seu CV, invista nisso. Além de ampliar muito a sua atratividade para recrutadores, deixará de ser escravo de legendas e dublagens horríveis.

 

Infos extras

Se achar que tem algo importante a mencionar, como disponibilidade para viagens ou mudança de cidade, adicione mais um campo.

Mas reflita muito bem antes de inserir mais dados que podem causar o efeito contrário, ou seja, transmitir a sensação de que você não é capaz de elencar o que de fato importa à vaga.

 

Dicas de ouro

 

Objetividade

Quando mais direto ao ponto for, melhor será visto pelo recrutador.

Antes de dar seu CV como finalizado, lapide cada frase até chegar na versão mais clara e direta possível. Peça ajuda aos seus amigos de comunicação e letras se tiver.

 

Visual

Não estamos falando de foto sua, beleza? Pois no CV, diferentemente do LinkedIn, não é necessário colocar um retrato seu.

Aqui enfatizamos a importância de ir além das informações inseridas no currículo, ou seja, de dar uma atenção especial ao aspecto estético, ao layout.

Pois, mesmo que de maneira inconsciente, o primeiro impacto é o visual, antes mesmo que o recrutador tenha tempo de começar a digerir o que está escrito.

 

A boa notícia aqui é que você não precisa ser nenhum Picasso para fazer um CV bonitão. O Canva, por exemplo, é uma plataforma grátis de design gráfico que contém diversos modelos de currículo. Escolha um e seja feliz! Ou melhor: escolha um e transforme-se num produto atrativo também aos olhos.

 

Tom e linguagem

Por fim, e não menos importante, escolha a linguagem adequada para expressar-se no CV.

Muito cuidado com gírias, com expressões muito coloquiais e, principalmente, com erros de português.

Um mero erro no uso do porquê, por exemplo, pode fazer com que seja descartado. Mesmo que a vaga não seja para redator.

O uso correto do nosso idioma, vale dizer, também é importante na hora da entrevista. Pois, se fizer tudo de acordo com o recomendado neste guia, certamente será chamado. Aliás…

 

Entrevista

 

Um candidato bem-preparado tem mais chances de se destacar e ocupar a vaga. Ponto. Portanto, ​mesmo que a entrevista seja online, tente visualizar-se no dia, chegando com antecedência, bem-apresentado e seguro do que irá responder — mais para frente falaremos de algumas perguntas bem comuns nessa etapa, para que possa se antecipar.

Preparar o ambiente onde irá realizar a entrevista também é de suma importância. Por isso, deixe tudo organizado e apresentável. Não deixe nada para a última hora. E, caso a entrevista tenha sido marcada com urgência, o que pode acontecer embora incomum, opte por um filtro de tela para não mostrar a bagunça.

O local deve ser silencioso, afastado de outras pessoas e distrações. Se mora com seus pais ou amigos, comunique-os sobre a entrevista antes. Só recorra a cafés e ambientes públicos caso não tenha opções nas quais poderá ficar mais à vontade, sem o risco de um garçom roubar sua linha de raciocínio perguntando se quer mais cappuccino.

Caso vá realizar a entrevista pelo celular, ache um lugar para apoiá-lo antes. Onde ele ficará firme e permita um bom enquadramento seu. A fim de evitar que a tela fique balançando ou mesmo que a chamada seja desligada por engano.

E vale entrar na call com 10 minutos de antecedência para testar o equipamento e a conexão. Básico.

Além disso, temos algumas outras dicas que poderão fazer a diferença no seu processo:

 

Apresentação

Sua aparência é o primeiro critério de avaliação, mesmo em entrevistas online.

Portanto, um dia antes, escolha uma roupa adequada ao momento, levando em consideração a empresa que te chamou e a função que irá exercer.

Olhe-se no espelho e sinta-se bem. Você tem que estar confortável para que a roupa não seja um problema na hora da entrevista.

 

Tenha o contato da empresa no celular

Assim que for chamado, anote — em seu celular — o telefone da empresa e o nome da pessoa, pois, se tiver algum imprevisto no caminho, é possível avisar.

Desmarcar nunca é o ideal, mas, em alguns casos extremos pode ser inevitável, e não dar satisfação alguma é a receita perfeita para perder a chance de vez.

 

Demonstre interesse pela vaga e pela empresa

Se tiver o nome da empresa, busque informações na internet, no site da empresa, nas redes sociais; pergunte dela ao Chat GPT e aos conhecidos que já trabalharam lá… Assim, você conseguirá entender um pouco mais sobre a cultura, sobre os valores e as práticas da empresa, e, ao longo da entrevista, terá a possibilidade de demonstrar conhecimento sobre ela e o mercado em que atua.

Além disso, quanto mais munido de conhecimento estiver, menos ansioso ficará. Acredite.

 

Pontualidade

Esse é um critério importante de avaliação e pode ser imperdoável. Esteja online no horário combinado, sem atrasos. Se rolar algum imprevisto, avise com antecedência.

E, caso a entrevista seja presencial, saia de casa com bastante antecedência já levando em consideração os possíveis contratempos que podem rolar no caminho. Se chegar muito antes da hora, tome um café perto da empresa em vez de ficar na sala de espera demonstrando ansiedade.

 

Alimente-se antes da entrevista

Pode parecer uma dica óbvia demais, dica de vó, mas, em muitos casos, a ansiedade é tão grande que o candidato deixa de se alimentar e acaba passando mal na hora H. Já vimos acontecer mais de uma vez,

 

Tenha à mão um bloco pequeno para anotações

Demonstra preparação, planejamento. Skills que certamente contarão pontos a seu favor.

 

Cuidado com suas fotos e publicações nas redes sociais

Já falamos desse no tópico LinkedIn, mas não custa nada reforçar que as empresas podem buscar informações sobre o candidato em diversas redes sociais.

Sendo assim, cuidado com fotos e opiniões polêmicas, especialmente no WhatsApp, meio pelo qual o recrutador poderá entrar em contato com você.

 

Trate bem todas as pessoas que entrarem em contato com você

Você está sendo avaliado em todos os momentos e em todas as oportunidades que fizerem contato com você.

 

Desligue o celular antes da entrevista

Se tocar durante a entrevista, ponto negativo. Precisa de mais um motivo?

 

Seja firme no seu cumprimento 

Agir assim demonstra segurança e vitalidade.

 

Mantenha contato visual com o entrevistador

É, talvez, a maneira mais eficiente de demonstrar segurança. Serve para dates também.

 

Reflita bem antes de responder

Não se precipite, você não precisa dar a resposta em milésimos, mas também não se enrole.

Jamais fale mal da empresa ou do ex-chefe

Quem fala mal de alguém para você, um dia falará mal de você para alguém. Lembre-se disso e seja discreto. Vale para a vida pessoal também. Invista seu tempo vendendo o seu peixe, não falando mal dos peixes que considera podres.

Não interrompa o entrevistador

Espere a sua vez de falar, demonstre que, além de tudo, é um bom ouvinte, coisa que está cada vez mais em extinção em nossos tempos.

 

Agradeça

Ao final da entrevista, agradeça o convite para a participação no processo seletivo. Educação nunca é demais. Serve para todos os aspectos da vida.

Pergunte se tiver dúvida

Por fim, não tenha vergonha de fazer perguntas sobre as fases do processo de seleção; sobre a próxima etapa, o meio pelo qual o retorno será dado e por aí vai. Isso mostra iniciativa e interesse na vaga.

E já que estamos falando de perguntas, que tal citarmos 4 bem comuns em processos seletivos?

Mas, antes delas, vale ressaltar: o ideal não é chegar com o texto ensaiado, como se fosse um ator gravando uma cena de novela. Certamente, deixará a coisa muito engessada, robótica demais.

Por outro lado, pensar nas possibilidades de resposta pode ser útil para conseguir escolher os melhores caminhos, as linhas de discurso que pretende abordar.

 

4 perguntas muito comuns

 

Fale um pouco sobre você

Em geral, o selecionador tem como objetivo saber sua formação, experiências profissionais, qual foi sua contribuição para as empresas em que trabalhou e projetos dos quais fez parte. Tudo que já está em seu CV, mas com as suas palavras.

Tome cuidado para não se deixar levar pela ansiedade a acabar falando demais. Seja claro e objetivo, mantenha-se no âmbito profissional e valorize suas experiências.

 

Quais são seus pontos fortes?

O ponto aqui é demonstrar que você possui autoconhecimento. Por isso, antes de ir à entrevista, reflita sobre você, sobre os feedbacks que já recebeu na vida, sobre as aptidões em que sempre se destacou. Serve para a entrevista e, também, para avaliar os pontos que precisa aprimorar para se tornar um profissional mais completo. Falando nisso…

 

Quais são seus pontos a melhorar?


Essa pergunta costuma ser um complemento da anterior. Mais uma chance de demonstrar autoconhecimento. Autocrítica também. Ou seja, capacidade de controlar a vaidade e assumir sua humanidade.

Ao falar dos pontos de melhoria, procure explicar o que tem feito para superar essa dificuldade; em vez de apenas dizer coisas como “sou muito ansioso”. É preferível afirmar que você controla sua ansiedade com alguma atividade. Meditação, por exemplo. Pegou a diferença?

Não diga apenas: “Eu não tenho muito experiência em falar para grupos grandes e ainda fico um pouco nervoso quando me pedem para fazer apresentações”.

Fale: “Tenho me aperfeiçoado fazendo apresentações para pequenos grupos, na faculdade, na igreja”.

Você sabe que, como qualquer ser humano, tem fraquezas. Mas está tomando atitudes para superá-las, e é isso que o selecionador quer saber.

 

Por que devemos escolher você?

O recrutador quer saber se você sabe se “vender”. Então, mostre, sem arrogância, que tem conhecimento, habilidades, muita vontade e experiências que, de alguma forma, irão agregar valor à equipe e à empresa.

É isso. E boa sorte!

 

*Este guia é parte do programa Meu Primeiro Emprego, uma das iniciativas feitas pela Mazzatech para ajudar profissionais como você a darem os primeiros passos no mercado de tecnologia.

Além de te auxiliar a se preparar, porém, estamos fazendo esforços de incentivo e conscientização junto às empresas do segmento. Para que abram mais vagas a pessoas sem experiência, mas já capacitadas e cheias de disposição.

Sabemos que ninguém nasce sênior, mas temos certeza de que você pode chegar lá. Com muita dedicação, claro, e com a nossa ajuda para abrir as primeiras portas a você.

Mais uma vez, boa sorte!

 

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Escrito por: Ricardo Coiro

Depois de anos como diretor de mídia, auxiliando clientes a aparecerem nos melhores canais de comunicação, resolvi me dedicar integralmente à produção de conteúdo, às palavras pelas quais sou apaixonado desde meu primeiro caderninho.

Escrito por: Ricardo Coiro

Depois de anos como diretor de mídia, auxiliando clientes a aparecerem nos melhores canais de comunicação, resolvi me dedicar integralmente à produção de conteúdo, às palavras pelas quais sou apaixonado desde meu primeiro caderninho.

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