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Transição de carreira para tecnologia: vale a pena?

por | 3 maio, 2023 | Carreira

Na última segunda, o Dia do Trabalho foi comemorado. Dia da atividade que ocupa a maior parte do tempo das pessoas, com exceção, claro, de herdeiros, vagabundos e gente que mistura as duas modalidades com champanhe e brisa mediterrânea.

Brincadeiras à parte, passamos cerca de 8 horas por dia labutando. Um quarto do dia, 5 vezes por semana. Sendo assim, é muito importante que você consiga encontrar um ofício realmente agregador, que acrescente algo de bom à sua vida. Dinheiro, inclusive.

Ou terá sempre a sensação de que está desperdiçando a existência, que tem usado seu bem mais precioso — o tempo, sem dúvida — de maneira errada. Saca?

E mesmo que esteja exercendo uma profissão com a qual não se identifica mais, escolhida na marra e na pressão quando ainda era jovem demais para saber das coisas, lembre-se de que ainda é possível virar a mesa, fazer uma transição de carreira.

Eu mesmo passei por isso quando tinha 28. E, apesar do medo que senti, dos riscos evidentes e alertas e olhos arregalados maternos, troquei uma posição de diretoria numa agência de publicidade pela carreira de redator, que exerço até hoje, como pode perceber.

Não foi fácil, confesso. Tive que dar muitos passos para trás antes de retomar a caminhada adiante. Voltei várias casas. Mesmo assim, reuni todo o meu estoque de coragem e fui. Com planejamento, claro. Financeiro, principalmente. E hoje agradeço por ter saído das garras da zona de conforto, por ter trocado as enfadonhas planilhas de mídia publicitária pelas palavras que tanto amo ordenar.

E não fui o único, se quer saber: no meio do caminho, bons meses antes de eu entrar para o time da Mazzatech, acompanhei uma transição tão corajosa quanto. Talvez, até, mais inteligente do ponto de vista financeiro: vi uma amiga jornalista fazer uma transição de carreira para tecnologia.

Não apenas vi: aconselhei-a. Trabalhávamos juntos num projeto quando ela me contou os planos, toda hesitante. E, após entender melhor o que ela buscava — mais autonomia e grana — e perceber que ela realmente tinha afinidades com o universo tech, especialmente com games, disse para ela se jogar. Apertar o play para a nova fase.

E presenciei tudo, das horas noturnas que ela dedicava aos estudos, à base de muito café e vontade de fazer acontecer, ao primeiro emprego na área, pouco mais de 18 meses depois.

Transição bem-sucedida que faço questão de citar porque, quando mencionamos o nosso recém-lançado Programa Meu Primeiro Emprego Mazza, que tem como objetivo ajudar profissionais a conquistarem a primeira oportunidade em TI, muita gente só pensa nos jovens, gente que, desde muito cedo, já deseja programar e sonha com códigos.

Mas é muito importante ressaltar que o seu primeiro emprego em tecnologia pode ser o décimo da sua vida, assim como foi o meu primeiro emprego como redator. Ou mesmo o primeiro da minha amiga Lígia como Dev, que só rolou depois de ela já ter lançado centenas de matérias.

E a Lígia, assim como diversas pessoas têm feito mundo afora, escolheu um mercado extremamente promissor, pois, no que diz respeito ao número de vagas, vai na contramão da maioria: há muito mais oportunidades do que gente com as habilidades para preenchê-las, e essa distância entre demanda e oferta só tem crescido, deixando claro que, se você curte tecnologia e se identifica com alguma das muitas possibilidades de trabalho viáveis, vale a pena migrar para a área. Muito mesmo.

Bem mais do que para redação, né? Porque, apesar de as pessoas lerem cada vez menos, elas têm recorrido mais e mais às infinitas soluções tech disponíveis, de apps a devices quase milagrosos feitos para facilitar a rotina humana.

O mesmo vale às empresas, dos mais diversos segmentos, que têm passado por grandes transformações digitais para seguirem competitivas. Vivas.

E, diferentemente de certos ofícios, que são dificílimos, quase sem fontes de aprendizado e à beira da extinção, como é o caso dos sopradores de vidro, por exemplo, aprender as skills necessárias para entrar no mercado de tecnologia é extremamente possível. Acessível também.

Não faltam opções de graduação e cursos, já até falamos delas em diversos textos por aqui. Opções, vale dizer, muitas vezes online e gratuitas, graças às quais você pode aprender sem sair de casa e do pijama.

E, mesmo as mais caras, são ótimos investimentos, ao contrário do carro francês que você anda cogitando comprar. Pois não é incomum que um dev pleno, com cerca de 7 anos de experiência, tenha um salário de R$ 12.000,00.

É claro que sua curva de aprendizado vai depender muito da sua dedicação e de outras variáveis muito pessoais, mas, caso reflita sobre o assunto e perceba que é realmente isso que quer, que deseja dar um novo rumo profissional à sua vida, simplesmente comece. Dê o primeiro passo.

Fale com pessoas da área, compre livros, matricule-se em cursos, acompanhe canais de YouTube e como este, com conteúdo voltado àqueles que não querem perder nada do que rola no segmento.

Não estou dizendo que será fácil, que logo você estará atirando dólares ao céu numa lancha no caribe. Nada disso! Mas, cá entre nós, se eu tivesse um filho e ele me pedisse sugestão de carreira, sem sombra de dúvida eu recomendaria algo relacionado a tecnologia.

“Mas e a redação, papai?”, ele talvez me perguntasse, vendo-me rodeado por livros, cuidando deles como se fossem tesouros. E eu, sem hesitar, insistiria para que aprendesse a programar, caso fizesse sentido para ele também, obvio.

A mesma parada eu digo a você, que não nasceu de mim. Se faz sentido se imaginar trabalhando com isso, se consegue se imaginar feliz atuando na área, não hesite. Não espere nem até amanhã para recalcular sua rota.

E, se você considera um movimento muito louco ou se acha velho ou velha demais para isso, fique sabendo que muitos demoraram bem mais para agir, e, mesmo assim, alcançaram o sucesso. Quer exemplos de outros brasileiros que fizeram isso?

Se liga nessas 3 histórias levantadas pelo G1!

 

Josiane Santiago: trocou a fisioterapia pela tecnologia

 

Ela já tinha passado dos 50 quando resolveu fazer a mudança. Como fisioterapeuta, chegou a ganhar o piso salarial, mas, ao se ver sem emprego, após tentar se manter vendendo marmitas, resolveu seguir os passos dos irmãos, que já atuavam em TI.

Então, aos 52, voltou a estudar; recorreu ao Reprograma, uma iniciativa que proporciona ensino gratuito para mulheres de baixa renda do Brasil todo.

De computação, sabia bem pouco, o basicão mesmo. Mandava e-mails, usava o Pacote Office, essas coisas… Nunca tinha escrito uma linha de código. Nada! Mas se formou e conquistou o primeiro emprego como analista de sistemas júnior.

Mas não parou por aí: continuou empenhada, estudando, fez curso de web full-stack e conseguiu entrar na CI&T, uma multinacional brasileira, onde, quando deu o depoimento, estava prestes a se tornar uma analista plena. Que tal?

E você aí achando que não dá mais por ter passado dos 30…

 

Ronaldo Francisco dos Santos: trocou o Serviço Público pela tecnologia

 

Ele já tinha trabalhado por quase uma década com logística portuária antes de decidir se tornar servidor público.

Então, atuou na Secretaria da Educação de Taboão da Serra por 3 anos. Mas estava descontente. Mais um entre muitos infelizes. A diferença é: ele ouviu o coração, aceitou o incentivo dos amigos de TI e se matriculou num curso de programação de 6 meses, onde conheceu outros profissionais do setor, sentiu-se abraçado e sacou que estava na direção certa.

Não muito tempo depois, após ter passado pelo suporte técnico de uma empresa, viu-se diante de mais uma oportunidade e abraçou, dessa vez como desenvolvedor júnior numa empresa de robótica.

Se liga na dica valiosa que ele deu sobre o perfil necessário para atuar na área:

“Para quem não quer estudar com frequência, não é uma área boa. Tudo evolui e você não consegue se manter atualizado só com o que aprendeu em um curso. Precisa estar buscando sempre.”

 

Carolina Coelho: trocou a arquitetura pela tecnologia

 

Após 7 anos trabalhando como arquiteta e urbanista autônoma, ela não estava nada satisfeita.

Então veio a pandemia, pegando o mundo de surpresa, evento que serviu como estopim para que ela resolvesse trocar a grande Belo Horizonte pela pequenina Gonçalves, em busca de uma vida mais saudável.

Daí, aproveitou o embalo e as muitas reflexões pandêmicas e decidiu que seria mais feliz atuando com UX. Ela já acompanhava o mercado graças ao marido, engenheiro de software, e estudou por quase um ano antes de conseguir sua primeira chance, um estágio para uma marca de maquiagens naturais. Aos 33!

Ela sabe que se trata do primeiro degrau de um grande recomeço e segue estudando, investindo no futuro que ela sege programando todos os dias.

Mas e você?

Vai dar o primeiro passo ou prefere correr o risco de, lá na frente, quando realmente não der tempo mais para nada, perguntar-se o que teria acontecido se tivesse tido um pouco mais de coragem para sair da mesmice? Hein?!

Bora lá sacodir a poeira então! E, quando tiver estudado bastante e achar que é a hora de colocar a mão na massa, não deixe de recorrer ao Programa Meu Primeiro Emprego Mazza para dar seu primeiro passo no mercado.

Conte com a gente e boa sorte!

Ah, e respondendo à pergunta do título deste artigo de forma bem direta, a minha opinião, como já deve ter percebido, é que vale a pena fazer uma transição de carreira para tecnologia. O que não vale, a meu ver, é estar insatisfeito e não tentar nada de novo.

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Escrito por: Ricardo Coiro

Depois de anos como diretor de mídia, auxiliando clientes a aparecerem nos melhores canais de comunicação, resolvi me dedicar integralmente à produção de conteúdo, às palavras pelas quais sou apaixonado desde meu primeiro caderninho.

Escrito por: Ricardo Coiro

Depois de anos como diretor de mídia, auxiliando clientes a aparecerem nos melhores canais de comunicação, resolvi me dedicar integralmente à produção de conteúdo, às palavras pelas quais sou apaixonado desde meu primeiro caderninho.

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