O primeiro processo seletivo de TI do mundo no Metaverso

Muito tem se falado sobre o Metaverso. Especialmente, depois que o Mark Zuckerberg mudou o nome da holding Facebook para Meta.

Caso tenha pousado agora no planeta e não saiba do que se trata, o Metaverso é a fusão do ambiente virtual com o físico por meio da tecnologia.

Porém, segundo Shaan Puri, um dos grandes visionários da atualidade, o Metaverso vai muito além de um mero território virtual, como tem sido descrito por muitos e explorado em filmes como Jogador Nº1 — lançado em 2018 e dirigido pelo Spielberg. Para ele, trata-se de um momento no tempo no qual nossa vida digital vale mais do que nossa vida física.

Sendo assim, o Metaverso torna-se o momento de intersecção entre ambientes virtuais e softwares espaciais (Roblox, Fortnite, Minecraft), redes sociais geridas pela audiência (Twitch, Onlyfans, teachable), adoção de tech de produtividade remota (Bitcoin, Zoom, Airtable) e democratização do e-commerce (Shopify, Stripe, Elliot).

Mais do que isso: é o último estágio da Era Digital.

Complexo, né? Talvez. Mas é o futuro. Ou melhor: já é presente. E a prova disso é que diversas empresas pelo mundo já estão colocando fichas e buscando maneiras de distribuir valor no Metaverso.

A Ralph Lauren, por exemplo, criou uma área dentro do jogo Roblox chamada Winter Space, na qual os usuários têm acesso a experiências como patinação no gelo e a possibilidade de comprar roupas da coleção de 1990 da marca.

Outra grife de vestuário, a Gucci, vendeu a versão digital da bolsa Dionysus por lá. E pasme: por US$ 4.115,00, valor que supera o da versão física do produto.

 

E se engana quem pensa que essas iniciativas interessantes e de valor no Metaverso se restringem às empresas do exterior: a Mazzatech, consultoria brasileira de RH com foco em TI, realizou no dia 22 de julho a primeira entrevista no Metaverso. Do mundo!

 

A etapa inicial do processo aconteceu na plataforma AltspaceVR, da Microsoft, e o bate-papo entre os avatares do candidato à vaga de desenvolver full stack java, José, e a profissional de RH da Mazzatech, Ana Paula Nascimento, correu exatamente como o planejado. Um sucesso.

O gerente de marketing da empresa e um dos idealizadores da iniciativa inovadora, Henrique Almeida, também estava presente para garantir a perfeita integração entre o universo físico e o digital.

Segundo Leonardo Raposo, um dos fundadores da empresa, a experiência inovadora foi mais do que satisfatória e tem potencial para se tornar, num momento futuro, a primeira fase do processo seletivo para determinados tipos de vagas.

“Nosso negócio é sobre tecnologia e, ao mesmo tempo, sobre pessoas. É a busca pelo match perfeito entre as necessidades humanas dos candidatos e as demandas tecnológicas das empresas. Então, por que não utilizar o Metaverso como parte desse processo para torná-lo, também, uma experiência?”, afirmou Leo. “Por que não explorar o que há de mais moderno na tecnologia para ampliar, anda mais, as possibilidades do universo de contratação de profissionais de TI? É claro que foi um teste, um primeiro passo. É óbvio que muito ainda precisa ser aprimorado. Mas a melhor forma de compreender o trem-bala da tecnologia é entrando nele. Testando possibilidades. Não acha?”, provocou.

Ainda de acordo com ele, existem algumas limitações no modelo. Especialmente, no que diz respeito a vagas que exigem do candidato soft skills como capacidade de liderar equipes e altos níveis de sociabilidade. “Mas há vagas em que o desenvolvedor quase não precisa de contato humano, apenas a capacidade técnica para desenvolver um projeto no tempo estabelecido pela empresa. Sendo assim, por que não fazer a maior parte do processo num ambiente virtual no qual o candidato tende a se sentir mais à vontade, com o qual ele já está mais do que familiarizado?”.

É inevitável que questionamentos e provocações como essa pipoquem nos próximos meses. Novas criptomoedas e roupagens para velhas práticas sociais e profissionais também. Mas não há dúvidas: o Metaverso é mesmo um momento no tempo, um presente de bordas e possibilidades infinitas cujo impacto nem mesmo Steven Spielberg, quando criou o filme Ready Player One, poderia imaginar.

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Escrito por: Ricardo Coiro

Depois de anos como diretor de mídia, auxiliando clientes a aparecerem nos melhores canais de comunicação, resolvi me dedicar integralmente à produção de conteúdo, às palavras pelas quais sou apaixonado desde meu primeiro caderninho.

Escrito por: Ricardo Coiro

Depois de anos como diretor de mídia, auxiliando clientes a aparecerem nos melhores canais de comunicação, resolvi me dedicar integralmente à produção de conteúdo, às palavras pelas quais sou apaixonado desde meu primeiro caderninho.

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