Em nosso último post, elencamos filmes incríveis com IA no enredo. Já deu uma conferida, certo? Então, se liga aqui, pois agora é a hora de mergulharmos fundo no mundo literário. Bora viajar um pouco com a ajudinha de livros com Inteligência Artificial na trama?
Livros com IA
The Perfect Wife — JP Delaney
Abbie acorda confusa do que parece ser um sonho, numa cama de hospital, sem sequer cogitar a possibilidade de não ser humana. Até que seu marido Tim, um magnata do Vale do Silício, informa que ela é uma “cobot” — máquina de feições humanas criada para ajudar pessoas enlutadas.
Uma recriação perfeita da esposa na versão robô.
Ele então conta a Abbie que ela é uma talentosa artista e uma mãe incrível. Mas muitas dúvidas nascem da situação, e pedaços de memória começam a aparecer, o que leva a… Leia!
Every Line of You — Naomi Gibson
Lydia é uma brilhante programadora adolescente que ama Henry, o único “ser” capaz de entendê-la e confortá-la.
Mas há um importante porém: Henry não é uma pessoa. Nem corpo tem. Começou com apenas uma linha de código e se tornou uma IA senciente e cheia de carisma.
Tudo vai bem até o dia em que um agente do governo dá as caras na vida deles, e a estabilidade, claro, começa a evaporar.
Klara and The Sun — Kazuo Ishiguro
Trata-se da história de Klara, narrada em primeira pessoa.
Ela é uma AF (Artificial Friend) movida a luz solar cuja vida começa numa fábrica e ganha novos contornos quando uma garota (Josie) a escolhe como companhia.
Parece um enredo simples, mas consegue levar o leitor a diversas reflexões valiosas, coisas que a própria Klara não consegue compreender sobre o amor, outras emoções humanas e acerca do papel dela naquela família.
Foe — Iain Reid
Tudo vai muito bem na vida de Junior, que vive numa fazenda junto à esposa. Até o momento em que um estranho (Terrance) aparece para mudar tudo.
Ele informa que Junior foi escolhido para passar uma temporada de 2 anos em uma estação espacial que orbita a Terra.
E, no tempo em que ele estará ausente, uma réplica de si será deixada para que sua esposa, Hen, não se sinta sozinha.
A partir daí as coisas começam a ficar cada vez mais estranhas, e, segundo muitos leitores, a chave para a compreensão da história encontra-se implícita na pontuação. Doido, né?
Machines Like Me — Ian McEwan
Do mesmo autor de Reparação, romance que ganhou vários prêmios, a obra expõe alguns dos dilemas éticos que podem surgir da convivência entre androides e humanos.
A história se passa em 1982, num cenário ficcional em que Alan Turing, considerado por muitos o pai da computação, ainda está vivo.
A trama começa quando o protagonista, Charlie, utiliza o dinheiro de sua herança para adquirir um robô chamado Adam, parte importante de um improvável triângulo amoroso que começa a se desenvolver.
Vale a leitura. Ian é o cara e possui um jeito singular de escrever que vai demorar bastante para ser imitado pelas Inteligências Artificiais.
Do Androids Dream of Electric Sheep — Philip K. Dick
A obra, lançada em 1968, é considerada uma das mais importantes do gênero — ficção científica.
Tanto que serviu de inspiração ao Blade Runner, filme que foi citado no último post.
A história se passa em 2021, ano em que uma guerra nuclear fez com que a população da Terra fosse para Marte, onde androides são usados como mão de obra para diversos tipos de trabalho.
Alguns desses androides, porém, conseguem fugir e retornar à Terra, e precisam ser caçados por Rick Deckard, interpretado no cinema pelo Harrison Ford.
Livrão!
Neuromancer — Willian Gibson
Além de referência em ficção cientifica, como o autor acima, Neuromancer garantiu ao Gibson a paternidade de um subgênero que ganhou o nome de Cyberpunk.
O livro foi lançado em 1984 e conta a história de um hacker e ex-chefe de dados, Henry Dorsett, que teve o sistema nervoso danificado pelos ex-patrões após ter sido flagrado roubando.
Por isso, ele não consegue mais acessar um ciberespaço chamado de… de… Matrix!
Daí, ele é convocado por um novo empregador, que promete reestabelecer seu sistema nervoso em troca, claro, de um serviço.
Eles precisam unificar duas IAs — Wintermute e Neuromancer —e, a partir disso… Bom… Aí vira spoiler.
The Diamond Age — Neal Sthepenson
Num futuro distópico, numa cidade próxima a Xangai, um nanotecnólogo chamado John Percival quebra um código moral de sua tribo, os neo-vitorianos, ao fazer um clone ilegal de um dispositivo chamado Young Lady´s Illustrated Primer.
Percival rouba o dispositivo — que havia sido encomendado por um duque ao neto — para dar à sua filha, com o objetivo de criar uma garota capaz de pensar por conta própria.
A cópia do dispositivo, porém, acaba sendo roubada e… Quer que eu conte tudo, é?
Robopocalypse — Daniel H. Wilson
Em algum lugar de um futuro não muito distante, a tecnologia se volta contra a humanidade.
Comandada por uma IA conhecida como Archos, a rede global de máquinas da qual o planeta depende se transforma em inimiga.
Os robôs então atacam e a raça humana é quase totalmente destruída. Mas alguns dos sobreviventes se unem para retomar o poder no planeta.
Speak — Louisa Hall
A história é contada pela perspectiva de 5 personagens, sendo que um deles é o Alan Turing — de novo ele!
Cada um vive em um período temporal, mas há uma conexão entre a vida deles.
A trama então explora o impacto que cada um deles teve no desenvolvimento da Inteligência Artificial e seus desdobramentos improváveis.
São várias histórias entrelaçadas pela AI, o que torna o livro muito digno de fazer parte desta lista.
I Have No Mouth and I Must Scream — Harlan Ellison
A raça humana foi quase extinta por uma IA. Restaram apenas 5 pessoas — 4 homens e 1 mulher.
A Inteligência Artificial programada para funções bélicas ganhou autoconsciência e partiu para o ataque contra a humanidade.
E, para piorar as coisas, os 5 sobreviventes são mantidos como prisioneiros e a máquina cheia de ódio os tortura de diversas formas.
A obra foi escrita em apenas uma noite, quase não sofreu alterações no primeiro rascunho e ainda ganhou um Prêmio Hugo, entregue todos os anos aos melhores trabalhos de fantasia e ficção científica. Vai brincando!
Accelerando — Charles Strass
O livro narra a história de 3 gerações — antes, durante e depois da singularidade tecnológica.
O livro consegue a proeza de ser bastante técnico e, ao mesmo tempo, muito divertido. Um difícil equilíbrio que, quando não alcançado, pode tirar o brilho da obra.
E nos leva a refletir — não sem preocupação — sobre uma das afirmações feitas pelo Stephen Hawking:
“O desenvolvimento da Inteligência Artificial completa pode significar o fim da raça humana.”
Aliás… O que você tem achado sobre o desenvolvimento da IA? Tem alguma preocupação ou crê que só vai acrescentar à humanidade?
Não precisa responder ainda… Pois, no próximo post, terminaremos a sequência de conteúdos com IA na ficção. Será uma lista cheia de séries sensacionais. Não perca!