Na semana passada, fizemos um artigo recheado de mulheres fundamentais à programação, de Ada Lovelace a Margaret Hamilton. Hoje, fizemos questão de destacar algumas moças que merecem destaque — e aplausos! — no universo dos games. Brasileiras! Para deixar claro, de uma vez por todas, que a área tecnológica também é lugar à mulherada. A ideia é inspirar. Incentivar. Mostrar que há espaço tanto na área do desenvolvimento quanto em cargos de liderança do setor que só cresce. Bora lá?
Mulheres nos games: desenvolvimento
Mariana Boucault
A moça, que se formou em design de jogos na Anhembi Morumbi, tem mais de uma década de experiência no segmento.
Hoje é assistant game director na Ubisoft, gigante do desenvolvimento de jogos com sede na França e diversos estúdios espalhados pelo mundo.
Ela já trabalhou na Behaviour, na economia e balanceamento de jogos para celular, onde participou do desenvolvimento de pelo menos 15 games para iOS, Android, Windows Phone e Amazon Store.
E não para por aí: Mariana já testou games consagrados, como God of War, Call of Duty, Family Feud, Deer Hunter, entre outros! E também já atuou como líder de QA para games criados no estúdio.
No currículo, conta com mais de 20 projetos publicados. Entre eles, Turma do Chico Bento, Pool Trick Shots e For Honor. Braba demais!
Luisa Cecília
Formou-se na PUCRS, em produção audiovisual, então, pela mesma universidade, fez pós-graduação em desenvolvimento de jogos digitais. Sempre com o objetivo de proporcionar experiências inesquecíveis por meio dos games.
Hoje é game producer na Hermit Crab, empresa gaúcha responsável pela famosa franquia Football Freestyle.
Lá ela lidera equipes que têm a missão de lançar jogos em mercados premium e free-to-play, e garante a qualidade máxima dos produtos.
Luisa também está envolvida num outro projeto muito legal, o Women Game Jam, cujo foco é criar jogos ao público cis/trans feminino e não binário.
Sem contar que ela também possui jogos premiados. E famosos, como AstroBunny, Hipnotizado e Chiiip.
Pepeca das galáxias ou não é?!
Amora Bettany
Ela é fundadora do MiniBoss, hoje um dos principais estúdios de desenvolvimento do cenário independente. Negócio que começou há 13 anos, em parceria com o marido dela, Pedro Medeiros.
E, apesar da pouca idade (30 aninhos), já conta com games bem-sucedidos no CV, como o incrível Towerfall, o Celeste (premiado como o melhor game indie de 2018) e o Out There Somewhere.
O lance da Amora é trabalhar com arte conceitual, de alta resolução, que em seguida é pixealizada por Pedro Medeiros.
Quer seguir os passos da Amora e saber mais sobre ela? Não deixe de assistir à entrevista feita pelo Raphael Dias, na qual, entre outras coisas, ela conta as ferramentas que usa no dia a dia.
Renata Rapyo
Teve um início curioso, na administração. Em seguida, aventurou-se na publicidade, onde enfim se sentiu em casa no design — mais especificamente, na indústria dos jogos.
Hoje, quase uma década depois, ela é COO e game producer na Rogue Snail, o famoso estúdio responsável pela franquia Relic Hunters, manja?
Estúdio, vale dizer, que já conta com parceiras emblemáticas com a Netflix Games e, também, com a Gearbox.
E não pense que é “só” isso, já que Renata também faz parte da organização da versão latino-americana da Women Game Jam, mais importante evento de produção de games feito apenas pelas minas.
Além de designer, ela também é produtora. Tendo criado games como Jamming Dilemma, Cook Me a Story e Logic Pic.
Antes da Rogue, ela teve passagens por outras empresas do segmento, como a Tapps Games.
Uma carreira de respeito!
Ana Ribeiro
Você já deve ter lido algum artigo mencionando realidade virtual em nosso blog, certo?
Pois saiba que a Ana foi pioneiríssima na criação de games de realidade virtual no país. Ela desenvolveu o Pixel Ripped, sabe qual é? Gome de realidade virtual que recebeu diversos elogios pela inovação, qualidade gráfica e, principalmente, capacidade de evocar nostalgia nos players.
Como o nome acima, ela não iniciou a carreira direto nos games: formou-se em psicologia, acabou atuando na área pública, mas, num belo dia — para a sociedade! — resolveu fazer uma pós em design e desenvolvimento de jogos no Reino Unido, pela National Film and Television School, e, tempos depois, foi achada pela Eurogamer, site especializado em videogames do Sul da Inglaterra.
Em 2017, na Brasil Game Show, lotou o estande de jogadores com a última versão do Pixel Ripped. Sucesso total e marco na história tupiniquim.
Mulheres nos games: cargos de liderança
Carolina Caravana
Hoje ela é lead producer na Ayra e vice-presidente da Abragames. Mas esse não era o sonho de infância da moça, que, apesar de ter jogado algumas partidas com seu irmão, nem chegou a ter seu próprio videogame. Longe disso: o que Carolina sonhava era ser restauradora de obras de arte clássicas. Por isso, inclusive, que se formou em educação artística na UFRJ.
Acontece que, quando ainda estava na faculdade, conseguiu um estágio na Ayra, com a responsabilidade de criar personagens e paisagens para os jogos da empresa brasileira. Onde pegou gosto pelo negócio e foi evoluindo, destacando-se, passando por cargos de coordenação até chegar ao seu posto atual.
Segundo Carolina, ainda há bastante preconceito na área. Como no dia em que ela foi a uma feira para apresentar um jogo e acabou sendo confundida com uma modelo, como se ela não tivesse capacidade de fazer parte daquilo. Mas tem. Muita! Tanto que é mais do que uma inspiração para nós.
Roberta Coelho
Pense numa mulher com uma trajetória incrível… Pensou? Pois essa é a Roberta Coelho, que foi do Rock ao mundo dos games, onde se tornou referência no setor.
Hoje ela é CEO da MIBR, uma das mais importantes organizações de Esports do país, mas tudo começou lá atrás, quando o festival Rock in Rio mudou para o Parque Olímpico e os organizadores decidiram criar um bairro de games na Cidade do Rock. Roberta era gestora do evento e viu o nascimento da Game XP, arena que não demorou a virar o maior festival de games da América Latina.
Sucesso que a fez enxergar um futuro no setor, onde investiu suas energias. Tanto que, apenas 4 anos depois, já foi convidada para assumir a MIBR.
Além disso, Roberta também teve papel importante na criação da Grrls League, a maior competição do gênero no mundo.
Mesmo assim, depois de tantos feitos, Roberta conta que já enfrentou desafios por ser mulher num segmento tão cheio de estigmas. Alguns, inclusive, criados por ela mesma, por ter achado que não era pertencente ou capaz. Mas estava errada, claro. Pois ela é mais um exemplão!
Bruna Soares
Mais uma que acabou no mundo dos games sem muito planejar: ela se formou em relações públicas e atuava em uma assessoria de imprensa quando viu sua vida cruzar com o universo dos jogos.
Ela integrava a equipe responsável pela comunicação do Playstation quando se apaixonou pelo setor. Daí, 2 anos depois, entrou na NC, uma das mais importantes distribuidoras de games da América Latina, onde era analista de marketing e trade. Então, em 2013, foi para a Ubisoft, onde segue até agora como nada menos do que diretora global de branding partnerships.
Érika Caramello
Com esse nome, não tem como não ser no mínimo incrível, certo? E é!
Hoje ela é CEO na Dyxel Gaming e conselheira de diversidade na Abragames. E, diferentemente da maioria das executivas citadas acima, ela sempre teve uma forte ligação com o segmento, começando por um projeto publicitário, em 2006.
A Dyxel, empresa da qual ela é CEO, tem uma proposta muito interessante e importante ao mercado: busca aproximar investidores de estúdios indies de games, fortalecendo o investimento na indústria base, saca?
Além disso, Érika também atua como professora convidada no Senac, na pós-graduação de produção de jogos, e no Centro Universitário de Brusque, na pós de game design.
Infelizmente, da mesma forma que outras personalidades citadas nesta seleção de mulheres sensacionais, ela também se viu diante de machismo, situações em que teve uma ideia invalidada ou nem sequer escutada pelo simples fato de ser mulher. Que baita atraso de mentalidade, fala aí! Em pleno 2023… Até quando?
Por isso, Érika também atua como conselheira de diversidade na Abragames, instituição que certifica empresas nacionais do segmento com Selos da Diversidade, com base na presença feminina no quadro de colaboradores delas.
Ela acredita muito nas iniciativas voltadas ao desenvolvimento da mulher na área, como as Game Jams, mas também enfatiza a importância da formação e contração de lideranças femininas para que as minas tenham real espaço e voz nas empresas.
Quer trabalhar na área também?
Está no início de sua jornada profissional, sentiu-se inspirada e quer mergulhar de cabeça na carreira de desenvolvedora de games?
Bora ler o guia que fizemos com tudo que precisa saber para conquistar seu lugar na área e, em algum lugar do futuro, fazer parte de uma lista como esta, recheada de mulherões nos games.
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